Na minha atividade profissional recebo uma quantidade razoável de executivos em transição de carreira, ou seja, que foram recentemente desligados involuntariamente das empresas nas quais trabalhavam. A primeira dica que passo a estes executivos é: seja visível! A grande maioria das oportunidades não estão publicadas ou nas mãos dos headhunters, assim quanto mais exposto o profissional estiver nesta fase melhor. Use as redes sociais a seu favor, seja claro que busca uma recolocação no mercado e tente direcionar o máximo possível seus novos objetivos de carreira. Não tenha vergonha da exposição, todos passam por transições na vida, sejam eles profissionais bons ou ruins.
A segunda dica, muito relacionada com a primeira, é: relacione-se! Saia do casulo e encontre pessoas. Não se limite aqueles que acham que podem te ajudar, você nunca sabe de onde pode vir o apoio em uma fase como esta. Saia para almoçar com seus contatos, retome relações esquecidas com ex-chefes ou colegas, participe de eventos e conferências na sua área de interesse, faça cursos rápidos e aproveite o tempo livre para se socializar. Nestas interações tenha sempre o discurso pronto: o que busco para a minha vida e carreira e como pretendo chegar lá. Tenha um plano pronto e ganhe pontos com seus interlocutores.
Por fim, aproveite este momento. Se você é um dos 11% de brasileiros com curso superior em um País com taxa de desemprego de 6%, duvido que fique muito tempo parado.
E quanto é muito tempo, costumam me perguntar? Depende... se você tiver dívidas e não tiver se planejado para momentos como este, o tempo pode ser um fator complicador e levar a uma escolha precipitada, mas se não é o seu caso, não se preocupe com isto. Ficar um mês a mais em transição não vai mudar em nada sua trajetória. Faça esportes, leia bastante, curta sua família, vá ao cinema em uma quarta à tarde, enfim, aproveite a vida, pois o novo projeto certamente vai demandar energia extra de sua parte.
Todos os grandes executivos que você conhece e admira já passaram por transições, foram demitidos e seguiram suas trajetórias de carreira, faz parte do jogo corporativo, não tenha pena de si mesmo, faça um planejamento das suas ações e execute!
* André Freire é presidente da Odgers Berndtson no Brasil.
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